Capítulo 1
O que é inflação?
Você sabe o que é inflação? Ela já foi a grande vilã da economia brasileira. Se você não se lembra, pelo menos já deve ter ouvido falar sobre o descontrole inflacionário das décadas de 1980 e 1990. Foi um período em que os valores dos produtos eram reajustados diariamente — às vezes, mais de uma vez por dia.
Quando as taxas de inflação chegam a esse patamar, você perde a noção de quanto vai pagar no supermercado, empreendedores perdem a referência para formar o preço dos seus produtos e para calcular o salário dos trabalhadores, e assim por diante. Esse cenário caótico ficou no passado, mas mostra muito bem até que ponto a inflação pode impactar a nossa economia e o nosso dia a dia.
A inflação é um fenômeno econômico caracterizado pela alta generalizada e persistente dos preços. É importante entender que a variação nos preços é comum em qualquer economia. Os preços oscilam por conta dos próprios movimentos de mercado.
Você pode estar se perguntando: como a inflação afeta a minha vida? Veja só, quando a taxa média de inflação sobe, será necessário fazer um esforço maior para adquirir os mesmos produtos consumidos regularmente. Se a inflação for de 6% ao ano, por exemplo, sua compra no supermercado que era de R$100,00 passará a ser de R$106,00.
Isso quer dizer que você está perdendo poder de compra. Ao longo do tempo, a inflação corrói o valor do dinheiro, provocando a sua desvalorização. Você provavelmente já teve a sensação de que, antigamente, conseguia comprar mais coisas no supermercado com menos dinheiro, certo?
Em 24 anos, a inflação aumentou cerca de 400%. Imagine, então, como era conviver com uma alta de 2.477% ao ano e ver o valor do dinheiro ser corroído diariamente. Essa foi a taxa de inflação em 1993.
Mas o movimento dos preços pode tanto subir quanto cair. Nesse caso, se a queda de preços for generalizada e persistente, estamos diante da deflação, que é o oposto da inflação. Mas não pense que esse é um cenário melhor. A deflação pode ser tão perversa quanto a inflação.
No Brasil, não tivemos nenhum período de deflação acentuada e persistente. Mas, para entender como ela é reflexo de que as coisas não vão bem para a economia de um país, basta lembrar o caso mais emblemático de deflação: a grande depressão, nos Estados Unidos, decorrente da quebra da Bolsa de Valores em 1929.
É por isso que os governos acompanham e desenvolvem mecanismos de controle da inflação. Aqui em terras brasileiras, essa tarefa é atribuída ao Banco Central e ao Comitê de Política Monetária (COPOM).
