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CDI: o que é essa taxa e qual é o rendimento mensal?

Capítulo 1

O que é o CDI?

Taxa do CDI hoje

12,15% ao ano

Taxa DI anual atualizada em novmebro de 2023
  • Faça um cálculo e compare a rentabilidade de diferentes taxas na Renda Fixa que acompanham ou superam essa taxa do CDI:

Se você está buscando entender o mercado financeiro, é bem provável que você já tenha ouvido falar sobre a taxa DI, já que ela é um dos indicadores mais utilizados no mercado atualmente. Mas poucas pessoas sabem o que é CDI, como essa taxa funciona e qual a sua importância — tanto na economia quanto no mercado de investimentos.
CDI é a sigla para Certificado de Depósito Interbancário. Eles são títulos emitidos por instituições financeiras, com o objetivo de transferir recursos de uma instituição para outra, por um curto período.

Funciona como um empréstimo entre instituições financeiras, e também serve de referencial para o rendimento de investimentos de Renda Fixa, como o CDB, LCI e LCA. Por isso, entender o que é e como funciona o CDI, dentre outros conceitos básicos, é essencial para começar a investir com inteligência.

Os Certificados de Depósito Interbancário, também conhecidos como CDI ou Taxa DI, possuem as mesmas características de qualquer título comum, como o CDB, por exemplo. Mas eles possuem uma diferença muito importante:

 Sua negociação é feita apenas entre as próprias instituições, de banco para banco, no chamado mercado interbancário.

Sendo assim, o CDI é utilizado como uma forma dos bancos realizarem empréstimos entre si. Por meio desse título, a instituição com recursos sobrando pode financiar aquelas que estão precisando de dinheiro, garantindo, assim, que cada instituição encerre o dia com caixa positivo e o sistema bancário se mantenha equilibrado.

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Capítulo 2

Taxa mensal do CDI atualizada em 2023

Para consultar o CDI hoje, você pode conferir no site da B3 ou do Ipea. Para facilitar, separamos a variação mensal dos últimos anos com os dados mais atualizados:

Mês Variação do CDI
Janeiro 1,12%
Fevereiro 0,92%
Março 1,17%
Abril 0,92%
Maio 1,12%
Junho 1,07%
Julho 1,07%
Agosto 1,14%
Setembro 0,97%
Outubro 1,00%
Novembro A definir
Dezembro A definir

 

Taxa CDI hoje - mensal e anual (%)
Mês/Ano 2022 2021 2020 2019 2018 2017 2016
Janeiro 0,73 0,15 0,36 0,54 0,58 1,04 1,05
Fevereiro 0,76 0,13 0,29 0,49 0,46 0,86 1,00
Março 0,93 0,20 0,32 0,47 0,53 1,00 1,16
Abril 0,83 0,21 0,27 0,52 0,52 0,79 1,05
Maio 1,03 0,27 0,24 0,54 0,52 0,88 1,11
Junho 1,02 0,31 0,2 0,47 0,52 0,77 1,16
Julho 1,03 0,36 0,19 0,57 0,54 0,76 1,11
Agosto 1,17 0,43 0,15 0,50 0,57 0,77 1,21
Setembro 1,07 0,44 0,15 0,46 0,47 0,64 1,11
Outubro 1,02 0,49 0,16 0,46 0,54 0,64 1,05
Novembro 1,02 0,56 0,14 0,38 0,49 0,57 1,04
Dezembro 1,12 0,77 0,16 0,36 0,49 0,54 1,12
Acumulado 12,39 4,39 2,75 5,94 6,42 9,93 14,00

Em uma visualização gráfica, podemos expandir o nosso horizonte de comparação do rendimento mensal do CDI. 

Observe como a variação mensal acompanha os movimentos da taxa Selic, que discutiremos mais à frente no artigo:

 

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Capítulo 3

Como funciona a negociação do CDI?

Como você viu, o Certificado de Depósito Interbancário é o principal meio de empréstimo entre uma instituição financeira e outra. O título funciona como uma promessa de pagamento — garantindo que banco devedor pagará o banco onde comprou o título.

Toda essa operação ocorre no chamado open market — um mercado restrito apenas para instituições financeiras.

É nesse mercado que os bancos tomam dinheiro emprestado entre si diariamente, via operação overnight (durante a noite), para recompor o seu caixa. É importante você saber também que, geralmente, um CDI ocorre em curtíssimo prazo, durando apenas um dia útil entre o empréstimo e o pagamento.

Por que o CDI é tão importante para o sistema financeiro?

Normalmente, os bancos precisam pegar dinheiro emprestado devido a uma norma conhecida como Regra de Basileia — que proíbe que uma instituição financeira termine o dia com o saldo negativo em caixa.

Essa regra garante que todo banco sempre terá dinheiro para saldar seus compromissos, protegendo sobretudo os seus correntistas e evitando que a instituição quebre.

Para respeitarem a regra, bancos que não possuem caixa suficiente no final do dia recorrem a empréstimos junto a outros bancos, mesmo que sejam seus concorrentes.

Como o setor bancário é extremamente interligado entre si, o Certificado de Depósito Interbancário acaba sendo uma forma de garantir a solidez de todo o sistema.

A transferência de recursos entre os bancos ajuda não só quem se encontra em dificuldades, mas também facilita o acesso ao capital para as mais diversas operações financeiras.

O que é a Taxa DI?

Ao contrário do que se pensa, o termo correto para falar da rentabilidade dos Certificados de Depósito Interbancário é taxa DI ou taxa de Depósitos Interbancários — e não taxa CDI. Porém, as duas formas são aceitas pelo mercado e, no final das contas, significam a mesma coisa.

Cada banco define livremente quanto vai cobrar pelo CDI — a taxa DI é apenas a média dos juros praticados nas operações de CDI daquele dia. Ela é calculada e divulgada diariamente pela CETIP, sendo expressa em rentabilidade anual.

CDI como Taxa de Referência

Com o passar do tempo, as taxas praticadas no CDI passaram a servir de referência para o mercado de crédito e, consequentemente, para o próprio mercado financeiro. Como os bancos conseguem emprestar dinheiro praticamente sem risco no mercado interbancário, o CDI acabou virando um padrão para analisar qualquer operação de investimento.

A lógica dessa comparação é simples: se é possível ganhar dinheiro com liquidez e segurança a uma taxa livre de risco, por que se aventurar em outros investimentos com a mesma rentabilidade, mas com um risco maior?

Dessa forma, a taxa DI começou a ser considerada como a rentabilidade “mínima” que se espera de qualquer investimento.

Ou seja, assim como a Selic, a taxa DI se transformou em uma referência do mercado, servindo de parâmetro, principalmente, para a Renda Fixa e Fundos de Investimentos.

Capítulo 4

Como o CDI influencia os investimentos?

O CDI pode ser um dos principais indicadores do mercado, mas ao contrário do que muitos pensam, não é possível investir “diretamente” nele. As pessoas que estão acostumadas a investir já sabem que o CDI é simplesmente uma taxa referencial.

A rentabilidade de grande parte dos investimentos em Renda Fixa, por exemplo, é atrelada a um percentual da taxa DI. Você já deve ter ouvido por aí sobre investimentos que entregam desde 90% até mais de 120% do CDI.

Diversos fundos de investimento também utilizam os Certificados de Depósito Interbancário como benchmark — sendo uma taxa de referência que o fundo busca igualar ou até mesmo superar.

Como calcular o rendimento CDI do seu investimento?

Para calcular quanto será o rendimento, basta multiplicar o percentual do CDI do investimento pela taxa DI acumulada durante o período de aplicação. Confira alguns exemplos:

    • Um CDB (Certificado de Depósito Bancário) que promete 100% do CDI renderá exatamente o mesmo que a taxa DI durante o período. Isto é, se o CDI tiver uma taxa acumulada de 11,60% nos próximos 12 meses, esse CDB também será de 11,60% no período.
    • Em um CDB que renda 90% do CDI, com a mesma taxa acumulada, a rentabilidade após 12 meses será de 11,60 x 0,90 = 10,44%.
    • Já se o CDB render 110% do CDI, com a mesma taxa acumulada dos exemplos anteriores, a rentabilidade seria de 11,60 x 1,10 = 12,76%.

Por essa lógica, podemos concluir que:

    • Abaixo de 100%
      Se o rendimento prometido for menor que 100% do CDI, o investimento renderá abaixo da taxa e, dependendo das circunstâncias, pode não ser a melhor escolha para se investir.
    • Acima 100%
      Da mesma forma, rendimentos maiores que 100% do CDI renderão mais do que a taxa. Sendo assim, já se tornam mais atrativos para quem quiser aplicar seu dinheiro.
Dessa forma, o CDI se torna um bom parâmetro para descobrir a qualidade de um investimento. Basta comparar a sua rentabilidade em relação à taxa DI do período para saber se a aplicação foi vantajosa ou não.
     Renda Fixa Corporativa
Capítulo 5

Quais investimentos são referenciados pelo CDI?

De modo geral, as aplicações em Renda Fixa se dividem em 3 categorias:

    • Prefixados — rendimento definido no momento da aplicação.
    • Pós-fixados — rendimento atrelado a um indicador variável.
    • Híbridos — parte do rendimento é prefixada, a outra parte é vinculada a um indicador.

O CDI é um indicador muito utilizado como referência nos investimentos pós-fixados. Que tal conhecer alguns investimentos de Renda Fixa que têm sua rentabilidade ligada a esse indicador? Conheça 4 deles agora:

Certificado de Depósito Bancário (CDB)

O Certificado de Depósito Bancário é um título emitido pelos bancos para captar dinheiro junto aos seus clientes. Dessa forma, ao comprar um CDB, você empresta dinheiro para o banco e, em troca, ele devolve o valor com juros quando o título vencer.

O CDB do tipo pós-fixado tem sua rentabilidade totalmente atrelada ao CDI. Ou seja, na hora do investimento não dá para saber quanto ele renderá, pois o valor vai depender da taxa DI do período.

A porcentagem de CDI em cada título varia de banco para banco. E uma dica valiosa: instituições menores tendem a oferecer CDBs com rendimentos maiores, para atrair investidores.

O prazo de investimento também influencia na rentabilidade: quanto mais longa a aplicação, provavelmente maior será o percentual da taxa DI.

Vale destacar que um CDB pode ser assegurado pelo FGC, o Fundo Garantidor de Créditos, em até R$250 mil por CPF e por instituição — o que minimiza o risco do investimento caso o banco declare falência. O CDB também é tributado pelo Imposto de Renda, com alíquotas que variam de 15% a 22,5% sobre a rentabilidade, dependendo do prazo de resgate.

Letra de Crédito Imobiliário (LCI)

A Letra de Crédito Imobiliário, como o nome já entrega, é um título emitido para financiar o setor imobiliário. Com ela, você empresta dinheiro para o banco investir em atividades de construção e aquisição de imóveis. No final da aplicação, o valor emprestado é devolvido com juros.

A lógica da LCI é semelhante à do CDB. Ambos podem ser pós-fixados com base no CDI e possuem garantia do FGC. Porém, a LCI costuma exigir um valor mínimo mais elevado. Além disso, não existe a cobrança de Imposto de Renda na LCI.

Por isso, mesmo se o rendimento oferecido for mais baixo, a aplicação pode valer a pena, já que é isenta de tributação. Nessas horas, você deve sempre fazer as contas para descobrir se uma LCI é mais vantajosa do que um CDB, por exemplo.

Letra de Crédito do Agronegócio (LCA)

Chamada também de Letra de Crédito do Agronegócio, podemos dizer que a LCA é praticamente uma versão da LCI. Também é uma espécie de empréstimo feito para o banco para financiar um setor da nossa economia, mas, nesse caso, o investimento está ligado ao agronegócio.

Esse título também pode ser pós-fixado com rentabilidade atrelada à taxa DI, além de contar com proteção do FGC e isenção de Imposto de Renda. Porém, se trata de uma aplicação menos procurada no mercado, já que o seu prazo de vencimento normalmente é de, pelo menos, 3 anos.

Letra de Câmbio (LC)

Mesmo tendo esse nome, a Letra de Câmbio não tem nada a ver com nenhuma moeda estrangeira. Na verdade, a LC é a mesma coisa que um CDB, com apenas uma diferença: ela é emitida por financeiras, que são empresas que concedem empréstimos pessoais ou consignados, e não por bancos.

Investir nessas e em outras opções de Renda Fixa é muito mais simples do que muita gente imagina. Pela Toro, basta dizer quanto quer investir e por quanto tempo que te apresentamos as alternativas mais rentáveis para seu perfil e para seus objetivos. Quer conferir?

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Capítulo 6

CDI x Selic: entenda essa relação

Apesar de o CDI e da Selic terem uma relação muito próxima, existem diferenças importantes no conceito de cada um. Para entender o que difere as duas taxas, vamos primeiro explicar o que é a Selic e como ela funciona.

O que é a Selic?

Definida pelo COPOM (Comitê de Política Monetária) do Banco Central, essa taxa pode cair, aumentar ou ser mantida no mesmo patamar a cada 45 dias. Conhecida como "taxa básica de juros da economia", ela também é a referência para qualquer operação de crédito no país.

Isso acontece porque, na prática, a Selic é a taxa que o governo paga para pegar dinheiro emprestado.

Como o risco desse empréstimo é o menor de toda a economia, a taxa Selic vira a referência mínima de juros para o restante do mercado, seja para financiamentos, empréstimos bancários, compras parceladas, cheque especial e outras operações de crédito.

Qual é a relação entre Selic e CDI?

O CDI possui uma forte correlação com a taxa Selic. Eles caminham juntos, com valores bem próximos um do outro. No entanto, a taxa DI está sempre em um patamar ligeiramente inferior à taxa Selic.

Isso acontece devido à atuação dos bancos no mercado interbancário, que nivela as duas taxas. Mesmo pequena, a diferença entre elas se deve ao pequeno lucro que os bancos fazem ao tomar dinheiro do Tesouro e emprestar a outros bancos via Certificado de Depósito Interbancário. Essa diferença é chamada de spread bancário.

Em resumo

Se a taxa Selic aumenta, os bancos cobram mais pelo Depósito Interbancário. Logo, a taxa DI acompanha o movimento e sobe também.
Se a taxa Selic diminui, os bancos cobram menos pelo Depósito Interbancário. Logo, a taxa DI é forçada para baixo e também cai.

Quais são as diferenças entre CDI e Selic?

Mesmo tendo uma estreita relação, algumas diferenças explicam o motivo para usarmos a taxa DI, e não a Selic, como referência em investimentos:

    • O CDI tende a ser mais eficiente e confiável do que a Selic, já que representa o que realmente acontece no mercado.
    • A taxa DI é atualizada diariamente. A Selic é só é atualizada a cada 45 dias.
    • Os Certificados de Depósito Interbancários são dinâmicos, sendo definidos pela média das taxas que são praticadas no mercado. A Selic é mais rígida, sendo definida por meio da decisão de um comitê ligado ao Banco Central.
    • A porcentagem da taxa DI varia nas casas decimais. Historicamente, a Selic costuma variar, no máximo, 0,25 ponto percentual entre uma decisão e outra.
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Capítulo 7

Dúvidas Frequentes sobre o CDI

Quando falamos em taxa DI, alguns questionamentos são bastante comuns. Confira a resposta para as principais dúvidas sobre o tema:

1. Taxa DI e CDI são a mesma coisa?

Sim. Apesar do nome original ser taxa DI (taxa de Depósitos Interbancários), as duas formas se referem à mesma taxa e são aceitas igualmente pelo mercado.

2. Posso investir em CDI?

Não é possível investir no Certificado de Depósito Interbancário diretamente, mas sim em algumas aplicações relacionadas a ele — como alguns títulos de Renda Fixa: CDB, LCI, LCA e Letra de Câmbio. Também existem os Fundos DI — fundos de investimento que acompanham a taxa.

3. CDI e Selic são iguais?

Não. O CDI é um título de negociação privada entre bancos. A Selic é a taxa de juros básica da economia, determinada pelo governo como remuneração sobre os títulos públicos. Os dois estão relacionados, pois a taxa Selic influencia diretamente as taxas praticadas entre bancos.

4. Qual é a diferença entre CDI e CDB?

Ambos são títulos de crédito emitidos por instituições financeiras, ou seja, ao comprá-los, ocorre um empréstimo de dinheiro para um banco. Porém, a natureza dos dois é diferente.

Enquanto aplicação no CDB é aberta ao público, ou seja, você pode comprar, a negociação do Certificado de Depósito Interbancário é restrita e utilizada apenas entre os próprios bancos.

Além disso, há outra diferença importante: o CDB funciona para captar dinheiro e financiar as atividades do banco, como empréstimos e operações de crédito. Já o Certificado de Depósito Interbancário ajuda o banco a manter seu caixa diário em ordem.

5. Quanto rende 100% do CDI?

O rendimento de 100% do CDI tende a acompanhar bem de perto o valor da Selic, mas sem necessariamente ser igual. Confira um conteúdo que explica tudo sobre o tema. 

6. Quais investimentos seguem o CDI como referência?

Os investimentos que seguem o CDI como referência são:

  • CDBs (Certificados de Depósito Bancários).
  • Contas e carteiras digitais remuneradas.
  • LCIs e LCAs.
  • Fundos de Investimentos.
  • Debêntures.
  • CRIs e CRAs.
  • Entre outros.
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